Você sequer me conhece prufundamente!
Se limita a saber aquilo que eu digo, e isso - pra mim - não é suficiente.
Mais que saber daquilo que vê, você tem que buscar, tentar entender que no meu comportamente se reflete a minha insatisfação.
Perceber que você me faz falta, sabe?
Entender que, quando você me deixa só, eu sou dor e silêncio.
Já acreditei que você estava perto.
Assim, passei a esperar-te.
Já faz tanto tempo, talvez já seja tarde...
E você nem percebeu. Nem viu que os dias passaram e eu estou diferente.
Não percebeu nem que eu choro, que eu prego pela sua presença, dentre outras coisas que eu quis te fazer entender.
Eu tenho mil razões para não ama-lo.
E eu tenho as procurado todo dia mais.
Mas eu me esforço tanto para esquecer-te, que eu me perco e acabo lembrando mais ainda de ti.
Te amando muito mais.
E como eu odeio isso. Você completa aquela foto que eu tenho na memória, mas não faz nada pra que ela seja real.
O pior, você me confunde.
Me ama muito, e depois... e depois?
Fica o silêncio, a dúvida.
Tudo recomeça... pra você.
Pra mim, só morre.
E você não sabe disso!
Permita-me, portanto, fechar os olhos, emudecer e voltar o meu rosto para algo maior que esse mundo.
Preciso recuperar a minha docura e acreditar em algo maior.
Não fale mais.
Serenata
Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.
Cecília Meireles
2 comentários:
Eu queria ter escrito isso.
Porque é isso o que acontece comigo também, mas eu tenho medo de ser explícita.
Mais uma vez, você entrou no meu eu, descobriu o que se passa e escreveu.
Triste de doer lá no fundo... e belo!!!
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