segunda-feira, 17 de março de 2008

O que me resta?



Ócio.
Impossibilitada de, sequer, sair de casa após uma cirurgia não muito agradável no aparelho digestivo [mais especificamente no intestino], cá estou eu!
Felizmente, correu tudo bem... Já saí do hospital, feliz da vida por poder sentir um ventinho no rosto, a luz do sol, deitar na minha cama e acender um cigarro.
Tudo começou na segunda-feira [10/03] com muita dor, terça praticamente passei fora de mim, muita anestesia, tubos, centro cirúrgico!
De quarta-feira a sexta-feira no quarto do hospital, soro, dieta líquida e etc...
A única felicidade, além da vida, é a visita de tantos queridos, amigos e parentes!
Este tempinho que tenho passado sozinha não tem sido totalmente em vão...
Possibilita, além de um bom descanso e um tempo extra, uma amplitude de idéias e novos pensamentos, sejam eles sobre a vida, o futuro profissional, os valores... enfim, quase tudo!
E ah, mais tempo pra escrever! Só me falta um bocado de criatividade.
Gostaria de compartilhar um lindo poema de Fernando Pessoa, que me faz pensar.
Além disso - não sei se concordam comigo - retrata, nem que só um pouco, o que eu e estes queridos escritores que estão nos links ao lado [os quais eu tenho a honra de ter como leitores] fazemos em nossos blogs! Lá vai...

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.


18/09/1933 – Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de março de 2008

E, um dia, corações conversaram...



Sabem quando o seu interior está tão confuso que, ao tentar colocar as palavras juntas, elas simplesmente formam um texto extremamente desconexo e infeliz?
Não sei exatamente o porque desta inquietação que me levou a criativade, só sei que esta me impossibilitou de cantar, sorrir e escrever por uns dias.
Felizmente, a inquietação, assim como diversas coisas na vida, se foi. E cá estou eu novamente, compartilhando mais um bocado de idéias e ideais.
Semanas atrás, havia dúvidas em meu coração sobre em que me apegar: sonho ou certeza.
Lembro-me bem no dia que optei pela concretude do ser, e adiei o sonho.
Mas, como nunca consegui deixar de lutar por algo, fui autêntica e esta certeza resolvi deixar... Em um lapso de vontades e desejos, aproximei-me ainda mais do incerto, fazendo com que o calor somado a um ato de trunfo me deixassem mais próximos de uma possível realização efetiva daquele sonho que acredito ser um bem maior.
Não só atos me aproximaram dele. Felizmente, em uma noite, dois corações resolveram falar.
O meu e outro.
Ambos falavam de sentimentos e esclareceram-se. Disseram em voz alta que são próximos, muito próximos.
Fiquei feliz. Estou feliz!
É claro que, certamente, tudo ainda está longe do fim. Confesso que está um tanto afastado do começo, mas, quando dois corações falam, a chama do amor e a vontade de continuar lutando por um sonho se renova.
E esta força, amigos, é mais forte que muitas tristezas e, muito mais forte que diversos obstáculos.
Continuo lutando, com fé, coragem e, principalmente, amor!