
Ócio.
Impossibilitada de, sequer, sair de casa após uma cirurgia não muito agradável no aparelho digestivo [mais especificamente no intestino], cá estou eu!
Felizmente, correu tudo bem... Já saí do hospital, feliz da vida por poder sentir um ventinho no rosto, a luz do sol, deitar na minha cama e acender um cigarro.
Tudo começou na segunda-feira [10/03] com muita dor, terça praticamente passei fora de mim, muita anestesia, tubos, centro cirúrgico!
De quarta-feira a sexta-feira no quarto do hospital, soro, dieta líquida e etc...
A única felicidade, além da vida, é a visita de tantos queridos, amigos e parentes!
Este tempinho que tenho passado sozinha não tem sido totalmente em vão...
Possibilita, além de um bom descanso e um tempo extra, uma amplitude de idéias e novos pensamentos, sejam eles sobre a vida, o futuro profissional, os valores... enfim, quase tudo!
E ah, mais tempo pra escrever! Só me falta um bocado de criatividade.
Gostaria de compartilhar um lindo poema de Fernando Pessoa, que me faz pensar.
Além disso - não sei se concordam comigo - retrata, nem que só um pouco, o que eu e estes queridos escritores que estão nos links ao lado [os quais eu tenho a honra de ter como leitores] fazemos em nossos blogs! Lá vai...
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
18/09/1933 – Fernando Pessoa