quarta-feira, 2 de julho de 2008

Bom dia?

A noite era calma e pouco ruidosa. O frio servia como um sopro sonífero e certamente todos, exceto eu, dormiam tranqüilos.
A minha ansiedade era tão grande, que o sono tinha me dito adeus e prometido não voltar tão cedo.
Ah, o que fazer quando o frio bate, quando o sono some e a mente se cansa?
Nada.
Resolvi por deitar-me em minha tão confortável cama me esforçar para não pensar em nada. Esqueci, porém, que a ansiedade tão forte me atrapalharia na meditação.
Claro, tanto esforço em vão.
Quando me dei conta, depois de tanta luta para não pensar, atentei-me para o relógio que já marcava 3 horas da manhã.
Tarde para quem precisava acordar logo cedo, principalmente quem teria que enfrentar um dia cheio de tropeços e escaldantes compromissos.
Todavia, o sono voltou de seu passeio apenas às 5 horas da fria madrugada.
Eu acordaria em aproximadamente duas horas e quinze minutos, o que realmente ocorreu.
O longo banho com água bastante quente lavava a alma, e fazia transbordar os olhos de tanto choro.
Chorei como criança que sente cólicas e se desespera. Chorei até chegar o momento dos soluços, da calma e da quietude.
Pronta, de roupas limpas, cabelos secos e maquiagem, entrei no carro e, como de costume, carreguei para lá a xícara inundada de café bem amargo e acendi o primeiro cigarro, vulgo café da manhã.
E assim fui, ainda quieta, ao trabalho.
As primeiras palavras pós-choro foram bom dia, bom dia, bom dia...
Até que, o telefone toca...
Número estranho.
Mas eu sabia que dali, boas coisas não viriam.

E eu não estava errada. Infelizmente.
Maldita, maldita intuição!